Quando nascemos, colocam em
nosso braço uma pulseirinha de papel e plástico. Ela é responsável pela nossa
identidade. É a nossa identificação diante da sociedade.
Os nossos pais olham fixos
para aquele acessório, o primeiro da nossa vida. Ele indica durante horas ou
até mesmo dias o nosso futuro lar. Se trocado, todo o nosso destino terá seu
percurso transformado.
A saída da maternidade leva
embora aquela pulseirinha. Mas a chegada em casa nos presenteia com uma nova,
de ouro, com o nosso nome gravado. Verdadeiras letras mágicas. Depois de alguns
meses, o novo acessório fica na recordação da nossa mãe, principalmente porque
ela vai guardá-lo com muito carinho para mostrar aos futuros netos.
A menina vai crescendo. E ela
ganha um novo acessório, desta vez, redondo, também de ouro, um anel. Ela perde
horas e horas olhando para seus dedinhos admirando a beleza da joia e o brilho
da pedrinha que a acompanha. Ela corre e mostra para toda a família, e
principalmente para as coleguinhas. É a grande novidade no grupo.
Ela continua crescendo. A
joia tão preciosa dela fica perdida na recordação. Ela a guarda em sua caixinha
de joias e no seu coração, sem esquecer que, no futuro, ela vai encontrar o
destino certo para aquela joia tão delicada.
E a menina torna-se moça. Uma
bela jovem que ao completar seus quinze anos ganha uma nova joia, ainda mais
valiosa, com uma grande pedra demonstrando a todos que a infância ficou para
trás. O solitário no seu dedo maior de todos mostra que ela ainda vai viver
muitas histórias e encontrar outros amores e talvez até desamores.
A jovem encontra sua aptidão
profissional. Estuda e entra na universidade. Depois de 4, 5, 8 anos, quem
sabe, termina seu curso e ganha um novo anel. Agora ele é símbolo da carreira
escolhida. É pesado, tem uma pedra que mostra para ela todos os dias como agir
e fazer a diferença no mercado de trabalho. Eis o seu primeiro companheiro. Já
não é mais o solitário. Agora, a sua joia ocupa o penúltimo dedo da mão
esquerda. Ela está casada com sua profissão.
Ela trabalha muito e se
destaca. Viaja e conhece diversos lugares e também pessoas. Faz novos amigos.
Estuda outras línguas. E de repente ela encontra um novo tipo de Amor com quem
passa a viver experiências, compartilhar momentos alegres e tristes. Alguém com
quem aprende o que significa cumplicidade e com quem planeja o futuro.
Desse novo amor, ela ganha
mais um anel. Agora, de prata que ocupa o penúltimo dedo da mão direita. Ele
indica aos concorrentes que aquela bela jovem não está à disposição, ela está
comprometida.
E juntos, os dois jovens
aprendem a conviver com as diferenças, e ao mesmo tempo, se conhecem mais e
mais. Um já não se vê vivendo longe do outro. E depois de uma longa caminhada,
ela tem a certeza de que não é mais a mesma jovem. Agora, é uma mulher adulta,
ainda mais bela, com muito mais experiência e muitas responsabilidades. Ela vai
entendendo que é hora de planejar o futuro ao lado daquele seu Amor, o
companheiro escolhido por ela.
E então, o anel de
compromisso muda de cor. Torna-se dourado, mas continua na mesma mão. Bem mais
pesado e brilhoso. Assim como os sonhos dela. Agora ela sabe que é preciso
trabalhar dobrado para investir em seu futuro.
Ela compreende que esse
futuro a dois está diretamente ligado ao sucesso profissional dela, da benção
familiar e de tantas estratégias que ela vai precisar traçar e orçamentos que
ela vai precisar pesquisar para que aquele anel dourado, que ela carrega com
tanto orgulho, mude da mão direita para a esquerda.
Mas ela não tinha um anel na
mão esquerda? Sim, e o seu primeiro compromisso, o profissional, vai se
transformar no principal aliado do seu futuro compromisso civil. Juntinhos, um
embaixo do outro, sempre se ajudando.
E depois de uma linda e
emocionante cerimônia, o seu compromisso profissional ganha um inseparável
amigo. Um guia para as ações daquela mulher tanto no lado pessoal quanto
profissional.
Na velhice, com os dedos
enrugados, ela continua carregando os dois anéis. Talvez o seu de formatura já
esteja guardado na gaveta, pois agora, ela está aposentada. Por outro lado, o
de casamento, ela carrega inseparavelmente, e vai levá-lo até o túmulo.
E aquela primeiro anel? O da
infância? Ah, ele já não lhe pertence, ela deu de presente para a sua netinha
que quem sabe deva dar continuidade à saga do anel?
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