Esses dias eu estava fazendo uma reflexão sobre o passar do
tempo. Você já parou para pensar na imensidão de coisas que adquirimos,
conquistamos e aprendemos à medida que vamos percorrendo a estrada da vida?
A primeira mudança é na idade. A cada ano, ela se altera,
ficamos mais experientes, prefiro ver por este lado, e com essa alteração aparecem
outras pequenas e importantes mudanças. Crescemos pra cima e pros lados,
mudamos o corte de cabelo, mudamos o estilo musical, conhecemos novas pessoas,
frequentamos lugares diferentes, aprendemos a falar outras línguas, gastamos
mais dinheiro e assim, vamos descobrindo o mundo.
Aliás, passamos a olhar o mundo com novos olhos. Eis a
segunda mudança. Com o tempo, o mundo passa a ser reconhecido pela sua
diversidade de culturas, pois saímos da escola e vamos para a universidade.
Este é um ambiente de encontros e desencontros de gerações, de técnicas e
teorias, um lugar mágico e ao mesmo tempo assustador, pois a gente se depara
com muitas novidades. Por outro lado, você compartilha sonhos e projetos.
Descobre verdadeiros amigos e passa a conviver com mestres que serão teus
conselheiros na vida profissional.
A saída do ambiente acadêmico nos enche de esperanças para o
futuro profissional. E assim começa a batalha por um lugar no mercado de
trabalho. Somos movidos pela vontade de mostrar o que aprendemos, mas também
pela insegurança. Aos poucos ganhamos oportunidades, vamos desenvolvendo
projetos e atuando na vida profissional.
Cada ideia desenvolvida nos dá a certeza de que escolhemos a
profissão certa. Aquela insegurança inicial se transforma em vontade de
realização e assim, vamos criando estratégias para realizar cada tarefa a ser
executada de forma eficiente..
Porém, no meio dessa trajetória, muitas vezes deixamos de
lado outros aspectos da vida. O profissional acaba assumindo a prioridade e
vamos esquecendo da diversão, dos relacionamentos, da família...pois o desejo
de ser destaque na carreira nos impulsiona a sempre mais trabalhar e trabalhar.
E de repente uma decepção chega para atrapalhar o percurso,
ou melhor, ela chega para nos mostrar que o trabalho não é tudo, é apenas um
complemento, uma parte bem importante, talvez essencial. E a gente vai
descobrindo, aliás, redescobrindo a vida. Aquela amiga que espera apenas uma
ligação, o parente que aguarda uma visita, o homem interessante que você está
de olho e que aguarda apenas um sinal para tomar uma iniciativa...E aí você
acorda e analisa o que é essencial.
Com o tempo você se decepciona, “percebe que os caminhos se
perdem, que o relógio atrasa, a bateria acaba, a vida cansa, as pernas hesitam,
os pés tropeçam, as mãos tremelicam, a cabeça roda, a conversa acaba, a saudade
diminui, o coração se acinzenta, as expectativas despencam do alto e a alma
chora baixinho” (trecho extraído da Revista Bula).
Daí, você entende que precisa ter calma, “deixar que a alma
tenha a mesma idade que o céu, como na canção” de Paulinho Moska. Respira fundo
e percebe que é preciso tentar de novo, acreditar de novo, e assim vai dando
prioridade a quem merece, vai percebendo que o caminho está à espera, e você só
deve colocar o pé na estrada, um sonho na alma, fé no coração e esperança na
mochila. Eis que a vida se enche de novidades, mas é preciso se aventurar na
viagem que conduz à verdadeira liberdade.
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