Cheguei à residência da família Silva acidentalmente, pois iria acompanhar outra experiência produtiva, mas devido a problemas de mobilização, não consegui. Esse podia ter sido um motivo para discussão entre a equipe do projeto no qual eu atuava como comunicadora popular, mas ao conversar com um dos companheiros de viagem que me apresentou a história de seu Emanuel e sua família, tive a certeza de que eu deveria contar esta história.
Emanuel Silva foi um dos primeiros habitantes da comunidade piauiense Marrocas. Fundada há 80 anos, a comunidade está localizada no município de Itainópolis, a 355 km de Teresina, no sudeste do Piauí.
Marrocas é bem simples. Não tem energia elétrica e as seis famílias que moram no local consomem água de cisternas caseiras e se organizam através da Associação Mista de Pequenos produtores que conta com 17 associados.
Juntamente com mais duas famílias da comunidade, seu Emanuel desenvolve a apicultura desde 1998. A atividade surgiu através de um projeto desenvolvido na cooperativa com o apoio da Associação e por estímulo do Bispo da região na época, Dom Augusto.
Seu Emanuel explicou que a rotina de criação de abelhas consiste em cuidados constantes com os apiários. Ele e seus filhos cultivam 70 caixas de abelhas italianas. A produção é de 80 latas de mel, com 18 litros em cada lata, com uma safra que vai de dezembro a maio. E a florada na região é a da planta bamburral, mata rasteira e da gitirana.
O apicultor disse que o mel é vendido para os atravessadores pelo valor de R$ 75,00 a lata, mas esse preço é menor durante o mês de dezembro devido a pouca procura. Por isso, um dos sonhos de seu Emanuel é a construção de uma Cooperativa Apícola (Casa Apis), presente na região de Picos, com toda a estrutura necessária para o processamento e a fiscalização do produto e também um incentivo para o aumento da qualidade do mel.
A filha do apicultor, Aparecida, de 17 anos, ajuda o pai na atividade, principalmente na retirada dos favos de mel. Ela revelou que seu maior sonho é estudar e ir para a universidade, porém, ela admite que a realização do desejo dependerá das condições financeiras dos pais.
Nesse momento, eu me recordo que enchi os olhos de lágrimas, pois via no semblante daquela jovem um desejo de ganhar o mundo, de crescer na vida, não somente através da apicultura, mas quem sabe, através da agronomia e assim, contribuir para o crescimento da produção do pai e da comunidade. Aparecida não revelou a sua ambição profissional, acho que o tempo não permitiu, mas percebi que ela vai longe.
Continuando a nossa aventura pela mata, em busca do apiário, seu Emanuel reconheceu que a apicultura é mais rentável para a família dele do que a agricultura. Ele disse que uma lata de mel, por exemplo, é mais cara do que um saco de arroz ou de feijão e tem mais facilidade de venda, pois a comercialização é mais rápida, além disso, a produção de mel é orgânica, diferentemente dos produtos agrícolas. A família também cultiva batata, cebola, alho, tomate, pimentão, cheiro verde, coentro e alface nas vazantes dos rios e cria cabritos e calinha caipira para o consumo da família.
O medo de ser picada por abelha e a insegurança de adentrar a mata foram superados pelo sorriso acanhado de seu Emanuel e pela empolgação de Aparecida. Aquela tarde passou ligeira e eu me envolvi em mais uma aventura, em mais uma história para o Boletim O Candeeiro. Recordo-me que saí de Marrocas envolvida pela esperança em dias melhores através da produção familiar. Seu Emanuel e sua família me ensinaram que o homem precisa somente de uma oportunidade para crescer, produzir e conquistar seu espaço, criar seus filhos e ser feliz.
Emanuel Silva foi um dos primeiros habitantes da comunidade piauiense Marrocas. Fundada há 80 anos, a comunidade está localizada no município de Itainópolis, a 355 km de Teresina, no sudeste do Piauí.
Marrocas é bem simples. Não tem energia elétrica e as seis famílias que moram no local consomem água de cisternas caseiras e se organizam através da Associação Mista de Pequenos produtores que conta com 17 associados.
Juntamente com mais duas famílias da comunidade, seu Emanuel desenvolve a apicultura desde 1998. A atividade surgiu através de um projeto desenvolvido na cooperativa com o apoio da Associação e por estímulo do Bispo da região na época, Dom Augusto.
Seu Emanuel explicou que a rotina de criação de abelhas consiste em cuidados constantes com os apiários. Ele e seus filhos cultivam 70 caixas de abelhas italianas. A produção é de 80 latas de mel, com 18 litros em cada lata, com uma safra que vai de dezembro a maio. E a florada na região é a da planta bamburral, mata rasteira e da gitirana.
O apicultor disse que o mel é vendido para os atravessadores pelo valor de R$ 75,00 a lata, mas esse preço é menor durante o mês de dezembro devido a pouca procura. Por isso, um dos sonhos de seu Emanuel é a construção de uma Cooperativa Apícola (Casa Apis), presente na região de Picos, com toda a estrutura necessária para o processamento e a fiscalização do produto e também um incentivo para o aumento da qualidade do mel.
A filha do apicultor, Aparecida, de 17 anos, ajuda o pai na atividade, principalmente na retirada dos favos de mel. Ela revelou que seu maior sonho é estudar e ir para a universidade, porém, ela admite que a realização do desejo dependerá das condições financeiras dos pais.
Nesse momento, eu me recordo que enchi os olhos de lágrimas, pois via no semblante daquela jovem um desejo de ganhar o mundo, de crescer na vida, não somente através da apicultura, mas quem sabe, através da agronomia e assim, contribuir para o crescimento da produção do pai e da comunidade. Aparecida não revelou a sua ambição profissional, acho que o tempo não permitiu, mas percebi que ela vai longe.
Continuando a nossa aventura pela mata, em busca do apiário, seu Emanuel reconheceu que a apicultura é mais rentável para a família dele do que a agricultura. Ele disse que uma lata de mel, por exemplo, é mais cara do que um saco de arroz ou de feijão e tem mais facilidade de venda, pois a comercialização é mais rápida, além disso, a produção de mel é orgânica, diferentemente dos produtos agrícolas. A família também cultiva batata, cebola, alho, tomate, pimentão, cheiro verde, coentro e alface nas vazantes dos rios e cria cabritos e calinha caipira para o consumo da família.
O medo de ser picada por abelha e a insegurança de adentrar a mata foram superados pelo sorriso acanhado de seu Emanuel e pela empolgação de Aparecida. Aquela tarde passou ligeira e eu me envolvi em mais uma aventura, em mais uma história para o Boletim O Candeeiro. Recordo-me que saí de Marrocas envolvida pela esperança em dias melhores através da produção familiar. Seu Emanuel e sua família me ensinaram que o homem precisa somente de uma oportunidade para crescer, produzir e conquistar seu espaço, criar seus filhos e ser feliz.
Sabrina,
ResponderExcluirVi no orkut a notícia do blog e vim dar uma "espiada". Acabo de encontar um sentimento que há muito me escapara da memória: a emoção que as palavras são capazes de gerar.
Me encanta ver o que a essencia do amor é capaz de fazer na história de cada um. E ao dizer isso me refiro aos textos que acabo de ler, mas não exclusivamente nos personagens, reais e delicados, mas na capacidade de transformar a comunicação no que existe de mais verdadeiro: apresentar pessoas. Parabéns. Cadu