A chegada foi uma aventura, foram 520 km de viagem ao lado de um ex e eterno companheiro de trabalho de Picos. Estrada de chão, poeira e um calorzinho que só sentimos no Piauí. Ainda hoje me recordo da recepção tão calorosa de Dona Luzia. Ela, juntamente com sete companheiras da comunidade Tapuio, município de Queimada Nova, faz parte do grupo de mulheres quilombolas de produção de sabonete de aroeira que encontrou na atividade um meio para aumentar a renda da família, da comunidade e uma distração para a vida.
As mulheres tiveram contato com o produto através de um curso promovido pela prefeitura. Animado, o grupo decidiu fabricar e todas se envolveram na aventura. O Processo de produção é coletivo, são oito mulheres atuando na produção: Maria Tereza da Silva, Maria Dalva dos Santos Silva, Maria do Socorro Santos, Luzia Rosalina dos Santos, Maria de Lurdes dos Santos, Elsa Maria da Silva, Marilene Rosalina dos Santos e Marinei Maria dos Santos. E mesmo se o grupo não estiver completo, as tarefas são executadas pelas demais integrantes.
A Aroeira é uma planta natural, típica de Tapuio. As mulheres trabalham retirando a casca da planta, com o cuidado e respeito ao meio-ambiente. A base é raspada e dissolvida no líquido da aroeira que é misturado à base de coco babaçu. A mistura é levada ao fogo por 10 minutos. Após o ponto certo de preparo, o líquido é colocado nas fôrmas de borracha para esfriar e dar o ponto de sabonete.
O trabalho de produção é executado um dia na semana, sempre às quartas-feiras, com a produção de 25 sabonetes que são vendidos a R$ 2,00 reais cada unidade. Os produtos são vendidos na própria comunidade, em uma farmácia de Queimada Nova e nas viagens que o grupo participa através de encontros e feiras, pois elas dizem que tem casa que só consome sabonete de aroeira. Por mês, o grupo vende, em média, 200 sabonetes.
A rotina de venda é animada, as mulheres se orgulham em apresentar um produto fabricado por elas mesmas. Fiquei encantada em vê-las empolgadas. Luzia explicou que coloca os sabonetes na sacola e aonde chega, por exemplo, farmácia, oculista, banco, vai logo oferecendo e explicando os benefícios do produto e, assim, vende tudo.
Os benefícios do sabonete são variados. Porém, considero que o maior benefício é a melhoria de vida das famílias de Tapuio. As mulheres começam a reinvestir na própria comunidade, além de proporcionar ao grupo um novo estilo de vida, pois, com a atividade, elas estão quebrando barreiras e superando desafios, pois muitas famílias não queriam que as mulheres deixassem o trabalho da roça e de casa para ir trabalhar para os outros, mas Dalva reconhece que a atividade do sabonete trouxe grandes benefícios para sua alma, “eu considero esse trabalho como uma terapia, me sinto em paz comigo mesma, mais útil, e com mais qualidade de vida” afirmou.
Diante dessa experiência, percebo o quanto podemos ir além dos obstáculos da vida para realizar os nossos sonhos e lembro-me das preciosas palavras de Maria de Lurdes que revelou o segredo para o sucesso da atividade: “a coragem associada à determinação em produzir fará com que essa atividade cresça sempre mais”. Hoje, ela olha para vida que tem e sente uma grande alegria no relacionamento adquirido e no bem estar em produzir o sabonete.
(* texto produzido durante minha experiência como Comunicadora Popular do Projeto P1+2, na Cáritas Brasileira Regional do Piauí)
As mulheres tiveram contato com o produto através de um curso promovido pela prefeitura. Animado, o grupo decidiu fabricar e todas se envolveram na aventura. O Processo de produção é coletivo, são oito mulheres atuando na produção: Maria Tereza da Silva, Maria Dalva dos Santos Silva, Maria do Socorro Santos, Luzia Rosalina dos Santos, Maria de Lurdes dos Santos, Elsa Maria da Silva, Marilene Rosalina dos Santos e Marinei Maria dos Santos. E mesmo se o grupo não estiver completo, as tarefas são executadas pelas demais integrantes.
A Aroeira é uma planta natural, típica de Tapuio. As mulheres trabalham retirando a casca da planta, com o cuidado e respeito ao meio-ambiente. A base é raspada e dissolvida no líquido da aroeira que é misturado à base de coco babaçu. A mistura é levada ao fogo por 10 minutos. Após o ponto certo de preparo, o líquido é colocado nas fôrmas de borracha para esfriar e dar o ponto de sabonete.
O trabalho de produção é executado um dia na semana, sempre às quartas-feiras, com a produção de 25 sabonetes que são vendidos a R$ 2,00 reais cada unidade. Os produtos são vendidos na própria comunidade, em uma farmácia de Queimada Nova e nas viagens que o grupo participa através de encontros e feiras, pois elas dizem que tem casa que só consome sabonete de aroeira. Por mês, o grupo vende, em média, 200 sabonetes.
A rotina de venda é animada, as mulheres se orgulham em apresentar um produto fabricado por elas mesmas. Fiquei encantada em vê-las empolgadas. Luzia explicou que coloca os sabonetes na sacola e aonde chega, por exemplo, farmácia, oculista, banco, vai logo oferecendo e explicando os benefícios do produto e, assim, vende tudo.
Os benefícios do sabonete são variados. Porém, considero que o maior benefício é a melhoria de vida das famílias de Tapuio. As mulheres começam a reinvestir na própria comunidade, além de proporcionar ao grupo um novo estilo de vida, pois, com a atividade, elas estão quebrando barreiras e superando desafios, pois muitas famílias não queriam que as mulheres deixassem o trabalho da roça e de casa para ir trabalhar para os outros, mas Dalva reconhece que a atividade do sabonete trouxe grandes benefícios para sua alma, “eu considero esse trabalho como uma terapia, me sinto em paz comigo mesma, mais útil, e com mais qualidade de vida” afirmou.
Diante dessa experiência, percebo o quanto podemos ir além dos obstáculos da vida para realizar os nossos sonhos e lembro-me das preciosas palavras de Maria de Lurdes que revelou o segredo para o sucesso da atividade: “a coragem associada à determinação em produzir fará com que essa atividade cresça sempre mais”. Hoje, ela olha para vida que tem e sente uma grande alegria no relacionamento adquirido e no bem estar em produzir o sabonete.
(* texto produzido durante minha experiência como Comunicadora Popular do Projeto P1+2, na Cáritas Brasileira Regional do Piauí)
Já tive oportunidade de viver várias experiências assim contigo. Curso de Cajuína, lembra? Nada mais lindo q ver o brilho nos olhos daquelas pessoas simples e tão acolhedoras, éramos sempre tão bem tratadas... São pessoas raras assim, maravilhosas, q temos espalhadas Piauizão afora. Parabéns pelo trabalho! Tatiane Costa
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