O jeito franzino, a voz tranquila, sorriso discreto e uma fé que move montanhas. Essas características são marcantes quando se conhece dona Irene, moradora da comunidade Maxixe, localizada a 8 quilômetros do município piauiense de Itainópolis.
Há 15 anos convivendo com a diabetes, dona Irene é um exemplo de superação e amor pelo cultivo no campo. Sempre preocupada com a alimentação, com os remédios e o tempo de exposição ao sol, ela se desdobrava para cuidar da plantação e da saúde. Embora com todos os cuidados necessários, há 3 anos surgiram calos em um de seus pés, as lesões progrediram e, mesmo com o tratamento clínico adequado, foi preciso amputar o pé em outubro de 2008. Ela abriu seu coração e me revelou que esse momento foi o mais difícil de sua vida. O pé era um dos membros do corpo que mais lhe fazia feliz, mas era necessário superar todos os obstáculos e apegos e iniciar uma fase de adaptação.
O segredo para a superação foi a atividade de criação de galinha caipira, que ela tanto gostava, uma atividade exigente que requer muita dedicação. Ainda lembro do brilho nos olhos daquela senhora explicando o processo de criação das galinhas. Ela revelou que são 22 dias para a ave chocar o ovo. Geralmente, cada galinha produz 12 ovos que geram 12 pintinhos. As galinhas tem um tempo médio de vida de 1 ano e meio e depois desse período, elas são substituídas e renovadas por outras chocadeiras. Enquanto as mais velhas vão para o terreiro, as novas vão para o chiqueiro; sempre num rodízio.
Dona Irene recorda também, com muito entusiasmo, a chegada da luz na comunidade. Para ela, essa conquista representava uma nova fase para todos, pois dependiam de lamparina. Ela disse que era um sonho de muitos anos e resultado também de muitos abaixo-assinados elaborados e encaminhados para as autoridades locais. Dona Irene acredita que tudo vai melhorar com a instalação do sistema de energia elétrica, pois precisa tomar um remédio que deveria ser conservado na geladeira, além de poder consumir mais frutas e verduras e outros alimentos necessários para sua dieta.
Ainda recordo da nossa maravilhosa conversa. Passei a tarde naquela comunidade. Comi milho cozido, tirei cajá, acompanhei passo a passo a rotina de uma dona-de-casa especial. Um ritmo mais lento, mais dedicado, mais belo, porque por trás das muletas, da necessidade especial existe uma mulher encantadora. Uma lutadora que, mesmo não tendo filhos, encontrou no amor pela família, pelo marido e pelas galinhas, motivos para continuar viva e ser feliz.
Há 15 anos convivendo com a diabetes, dona Irene é um exemplo de superação e amor pelo cultivo no campo. Sempre preocupada com a alimentação, com os remédios e o tempo de exposição ao sol, ela se desdobrava para cuidar da plantação e da saúde. Embora com todos os cuidados necessários, há 3 anos surgiram calos em um de seus pés, as lesões progrediram e, mesmo com o tratamento clínico adequado, foi preciso amputar o pé em outubro de 2008. Ela abriu seu coração e me revelou que esse momento foi o mais difícil de sua vida. O pé era um dos membros do corpo que mais lhe fazia feliz, mas era necessário superar todos os obstáculos e apegos e iniciar uma fase de adaptação.
O segredo para a superação foi a atividade de criação de galinha caipira, que ela tanto gostava, uma atividade exigente que requer muita dedicação. Ainda lembro do brilho nos olhos daquela senhora explicando o processo de criação das galinhas. Ela revelou que são 22 dias para a ave chocar o ovo. Geralmente, cada galinha produz 12 ovos que geram 12 pintinhos. As galinhas tem um tempo médio de vida de 1 ano e meio e depois desse período, elas são substituídas e renovadas por outras chocadeiras. Enquanto as mais velhas vão para o terreiro, as novas vão para o chiqueiro; sempre num rodízio.
Dona Irene recorda também, com muito entusiasmo, a chegada da luz na comunidade. Para ela, essa conquista representava uma nova fase para todos, pois dependiam de lamparina. Ela disse que era um sonho de muitos anos e resultado também de muitos abaixo-assinados elaborados e encaminhados para as autoridades locais. Dona Irene acredita que tudo vai melhorar com a instalação do sistema de energia elétrica, pois precisa tomar um remédio que deveria ser conservado na geladeira, além de poder consumir mais frutas e verduras e outros alimentos necessários para sua dieta.
Ainda recordo da nossa maravilhosa conversa. Passei a tarde naquela comunidade. Comi milho cozido, tirei cajá, acompanhei passo a passo a rotina de uma dona-de-casa especial. Um ritmo mais lento, mais dedicado, mais belo, porque por trás das muletas, da necessidade especial existe uma mulher encantadora. Uma lutadora que, mesmo não tendo filhos, encontrou no amor pela família, pelo marido e pelas galinhas, motivos para continuar viva e ser feliz.
(* texto extraído da minha experiência como Comunicadora Popular do Projeto P1+2 da Articulação do Semiárido Brasileiro - ASA Brasil)
Menina, parabéns pela iniciativa! Precisamos de pessoas que arregacem as mangas e escrevam o que passa pelo maravilhoso e fatástico mundo dos pensamentos!
ResponderExcluirum super beijo
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirUm jornalista não escreve apenas sobre casos de policia, politicagem, falcatruas, corrupção, mas tambem sobre a singeleza do cotidiano da vida simples do povo. Escrever sobre isso não traz garantia de fama ou dinheiro, mas enche os olhos d'água de quem ler, e faz crescer a esperança que podemos (re)construir o mundo diferente, só com notícias boas. Bela iniciativa, Sabrina.
ResponderExcluirElias
Opa! Consegui encontrar o seu blog meu Amor! ^^
ResponderExcluirQue experiencia incrivel de vitória e dedicação de pessoas simples que vivem na roça...
Realmente nos encantam e dão exemplo de vida, fazendo refletir o modo de vida que devemos seguir...
Minha querida, esta de parabéns!!!
Bjooos!
Akyo
muito legal.
ResponderExcluirbeijos.
querida dona Irene,obrigada por sua existência,mas tenho mesmo que agradecer por essa menina fantastica,Sabrina,passar pra muitos o que há de mais belo em cada um de nós,nosso ser,nossa alma!!!espero que nesse universo que não é fantasia,mas realidades que nos mostram quão belo é ser humano!possamos encontrar aqui milhares de donas irenes,familia rodrigues!!obrigada Sabrina,que esse exemplo de jornalismo puro e verdadeiro seja exemplo pra muitos!!!
ResponderExcluirApoliana Melo