Novo dia.
Novas histórias.
Novos livros.
Novas músicas.
Novas amizades.
Estamos sempre em busca de novidades. Parece que
naturalmente somos inquietos. E nessa inquietude, buscamos o NOVO, seja na
decoração da casa, no ordenamento dos livros na estante, no trajeto até o
trabalho, no sapato novo. Seja em um lugar diferente pra sair, uma nova receita,
e até mesmo em novas oportunidades no trabalho.
A novidade é como ar fresco, você inspira e expira sem
pressa, sem medo, somente sente.
E na contagem para o término do ano, já que estamos em
outubro... novidade é a palavra que resume o que buscamos em cada término e
início de ciclo. Embora o fantasma do futuro venha nos assombrar, seja por meio
da incerteza do amanhã, do cansaço pelos desafios superados no ano que está
finalizando, seja pelas aventuras desconhecidas do ano que se aproxima.
O importante é ter algo diferente para olhar, para buscar
inspiração, apoio e quem sabe força. Aqui está o segredo...o olhar. Tudo parece
velho se você enxerga com os olhos do passado, do ontem, com os olhos de quem
não vê mais perspectiva diante da rotina que lhe é imposta, aliás, só vira
rotina se você permitir.
Lembro com muita sabedoria dos olhos de uma senhora que eu
sempre encontrava quando era criança, na rua de um dos bairros em que eu morei,
em Teresina, capital do Piauí. Ela me olhava com tanta ternura toda vez que eu passava
com a mochila pesada arrastada pelo carrinho de rodinhas ao lado do meu irmão
voltando do colégio. Eu fui crescendo e ela continuava ali. Não tinha mais a
mochila. Não tinha mais o colégio no bairro, mas tinha uma senhora que me
cativou e toda vez que eu passava por ela parava para cumprimentá-la. Porque o
olhar dela me dizia tanta coisa, transmitia tanta paz,
sabedoria...tranquilidade.
Eu mudei de bairro, de casa, de rotina. Mas aquela senhora
não me esqueceu e toda vez que alguém da minha família passava por ela por um
longo tempo, até todos se mudarem, ela perguntava pela menina sorridente, de
olhar sereno.
Agora me dou conta como a vida adulta nos rouba a serenidade
da infância. O tempo do cumprimento, a tranquilidade do dia a dia.
Acho que daquela menina restou o sorriso, mas ampliado pela inconstância da ideia de novidade, da realização, da conquista e da premiação. Acho que também da consolidação.
Acho que daquela menina restou o sorriso, mas ampliado pela inconstância da ideia de novidade, da realização, da conquista e da premiação. Acho que também da consolidação.
Nosso erro é que somos muito exigentes e queremos sempre
mais – casa decorada, o carro do ano, o melhor trabalho, a roupa exclusiva – e
atrelamos a ideia de felicidade à realização, à conquista dessas coisas
materiais. Que falta de maturidade! Para o psiquiatra e escritor, Augusto Cury,
no seu livro ‘Dez leis para ser feliz’, felicidade representa uma conquista que
começa nas pequenas coisas.
“É sentir o cheiro da terra molhada, e rir das próprias
tolices. É ser alegre, mesmo se vier a chorar. É viver intensamente, mesmo no
leito de hospital. É nunca deixar de sonhar, mesmo se tiver pesadelos. É ser
jovem, mesmo se os cabelos embranquecerem. É contar histórias para os filhos
mesmo se o tempo for escasso. É amar os pais, mesmo se eles não o compreendem.
É agradecer muito, mesmo se as coisas derem errado. É transformar os erros em
lições de vida”, ensina o autor.
Parece fácil? Não, é complexo, mas a complexidade está
atrelada à vida adulta.
Então, o que nos resta é salvar e renovar o nosso olhar, a cada começo de um novo dia, a cada falha cometida, a cada fim e começo de ciclo. A cada noite, antes de dormir. Renovar os olhos que enxergam o mundo, mesmo se tudo ao redor estiver parado e sem perspectivas, afinal, eu sou responsável por aquilo que cativo! Então, está na hora de cativar um arco-íris por onde eu passar.
Então, o que nos resta é salvar e renovar o nosso olhar, a cada começo de um novo dia, a cada falha cometida, a cada fim e começo de ciclo. A cada noite, antes de dormir. Renovar os olhos que enxergam o mundo, mesmo se tudo ao redor estiver parado e sem perspectivas, afinal, eu sou responsável por aquilo que cativo! Então, está na hora de cativar um arco-íris por onde eu passar.
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