Domingo eu ouvi o mais belo
dos sonhos... alguém muito especial havia sonhado que estava fazendo piquenique
e comendo pudim, fazendo aquela festa com todos os tipos de pudins.
E você pode estar se perguntando o
que há de especial nisso? Pudim mais piquenique e tal, não combinam.
Ah, eles formam um lindo sonho. O
sonho de alguém que, temporariamente, não sente o gosto da comida. Sente pouco o doce e nada do salgado. Alguém que está restrito a um cardápio selecionado e até esse não é sentido
como deveria. A comida não tem o mesmo cheiro ou sabor. Comer não é mais tão
divertido como era antes.
Aquele suculento churrasco, mal
passado já não é tão atraente. A delícia de abacaxi já não chama mais a
atenção. A uva, a fruta preferida já não faz bem, é a pior de todas, e a que
provoca mais enjoo.
Essa pessoa que faz parte de mim
está passando por um tratamento bem difícil, mas não perde o bom humor e ainda sonha,
sonha com piquenique e pudim.
São em situações como essas que a
gente se dá conta que a vida é tão curta e tão veloz. Parece que estamos dentro
de um trem que voa e você precisa correr para passar por todos os vagões – seja
do crescimento, dos estudos, do trabalho, dos relacionamentos, da
felicidade...e não pode parar porque lá na frente você encontra o vagão da
doença e aí é hora de desacelerar.
Quantos pudins eu já comi e nunca
imaginei que um dia o sabor dele fosse ser tão desejado por alguém que faz
parte de mim?
Que possamos desfrutar de todos
os pudins; de todos os instantes e de todas as pessoas que passam por nossa
vida. Que possamos não perder tempo com pequenas ofensas, com rancores, com lágrimas
de tristeza e sim vivendo cada segundo do dia como se fosse o último, com a
intensidade e o desprendimento de uma criança que de tudo faz graça e se
diverte.
*imagem de internet