Dezembro chegou e com ele as tradicionais festas de confraternização.
Afinal, quem não gosta de reunir os amigos e familiares? Relembrar histórias,
momentos alegres e difíceis, agradecer pelas conquistas e problemas superados? Sem contar a troca de presentes, como é bom
presentear e ser presenteado.
O ato de presentear é uma tradição das festas de aniversário e fim de ano.
Amigos, namorados, pais, avós e colegas de trabalho. A sociedade
se movimenta e vai às lojas em busca de uma lembrancinha em agradecimento à
companhia, à amizade, apoio e amor das pessoas queridas.
Ganhar um presente nos deixa contentes e felizes, nos faz ser amados. E
porque nosso corpo reage desse modo? A Neurocientista Suzana Herculano-Houzel,
que apresentou o quadro “Neuro Lógica” do programa Fantástico, da rede Globo, explicou
que o ato de dar um presente provoca uma alegria em quem doa e um largo
sorriso no rosto de quem é presenteado, assim, “[...] sorrimos quando vemos alguém sorrir de felicidade porque isso aciona
neurônios-espelho no córtex pré-motor, que, por imitação, colocam um sorriso em
nosso rosto também. Junto com o sorriso vem uma série de mudanças no corpo,
também provocadas pelo cérebro. A gente se sente melhor, mais leve e mais
feliz. Mas o mais impressionante é que já começamos a nos sentir bem muito
antes de entregar o presente”, enfatizou a neurocientista.
É uma sensação deliciosa. Acho que deve ter sido por isso que inventaram
a brincadeira do amigo oculto - aquela em que colocamos os nomes de um grupo (amigos,
familiares, colegas de trabalho) em papéis e cada um retira um nome e a partir
daí, essa pessoa será nosso amigo oculto que será revelado no dia da
confraternização de natal ou ano novo.
Além do clima festivo, a brincadeira estimula o suspense e faz cada
participante refletir sobre o amigo sorteado, ou, seja, o que comprar, do que
ele gosta, como apresentá-lo aos demais participantes da brincadeira, estimulando
a nossa imaginação a pensar como o outro gostaria de ser presenteado. É um
ritual antigo que aproxima parentes, desvenda romances e alegra os lares.
Afinal, onde surgiu a brincadeira? A idéia do amigo secreto tem muito a
ver com a época natalina, pois no século XV os Ingleses estabeleceram que na
noite de 24 de dezembro haveria um encontro entre amigos, familiares, colegas
de trabalhos, dentre outros, e haveria a troca de presentes , e esses “amigos
ocultos” haviam se definido através de um sorteio sigiloso realizado alguns
dias antes entre os participantes.
Aos poucos, a brincadeira espalhou-se por todo o mundo. E anualmente,
pessoas se reúnem e trocam presentes. Lojas, comércio, empresários lucram com o
ritual, afinal, ela estimula o consumismo. Porém, usando a criatividade,
podemos construir o nosso presente, fazer algo mais barato e personalizado, o
importante é demonstrar ao nosso amigo secreto os bons e verdadeiros
sentimentos escondidos naquele singelo embrulho. E, assim, num clima de
confraternização, iniciar mais um ano de vida, na expectativa de que os novos
365 dias sejam verdadeiros presentes para o coração e para a alma.